domingo, 28 de junho de 2009
Resgate disso! Resgate daquilo! Vaza!
A Equipe Vem Com Tudo, enquanto formadora de opinião, quer fazer um apelo bem a nível de palavras: pessoal, nós achamos válido, mara e fofo a pessoa pegar algo bacana que estava lá esquecido e torná-lo merecidamente conhecido novamente.
Mas não vamos dizer que estamos resgatando… Não aguentamos mais… Vamos combinar: a palavra resgate é pra acidentes, copiou? Se a pessoa está se afogando aí sim é válido resgatar! Agora, o cidadão dizer (e o jornalista colocar na manchete!) que resgatou auto-estima, que resgatou lembranças da infância ou mesmo que resgatou a cultura de raiz, isso ninguém suporta mais! Vamos parar com isso gente! Tá ridículo tanto “resgate”! E não vale trocar por “recuperar” não!
PS: Tem coisa pior que resgate… Outro dia a Equipe Vem Com Tudo viu um cartaz na rua. Paramos para fazer protesto em frente: dizia assim: “na ocasião estaremos oportunizando tirar dúvidas”. Como é que alguém escreve assim e acha que ficou normal, inteligente, chique? As pessoas piram… Mas vamos descontinuar este post porque senão vira um muro das lamentações verbais…
Prá quem gosta de música brasileira: LOKI!!
Ele é certamente o artista mais subestimado de toda a história pop brasileira. Músico brilhante, arranjador, letrista, usina inesgotável de idéias, Arnaldo foi o grande líder dos Mutantes, a banda brasileira mais admirada no exterior e que hoje é vítima de um culto que beira o insuportável.
Porém, poucos conhecem ou falam da carreira errática de Arnaldo Baptista. Talvez porque ele tenha enlouquecido verdadeiramente, graças às drogas e às suas idéias nem sempre compreendidas pelos outros (e até por ele mesmo).
Mas Arnaldo, em uma vida cheia de acidentes (e alguns quase fatais), compôs uma das mais belas obras inspirada na dor, nos delírios e nas imagens particularíssimas de alguém como ele. Loki? é mais do que um disco estranho e até assustador. É a grande obra-prima de um gênio e certamente o mais importante e brilhante (ainda que ninguém concorde comigo) disco do rock nacional.
Arnaldo hoje vive em Minas Gerais, tendo lançado um novo disco em 2004, Let It Bed e possui hoje um site pessoal.
Mora na filosofia, prá que rimar...
Fila de trás, esquerda para direita: Socrates, Ludwig Wittgenstein, Jean-Paul Sartre, Friedrich Nietzsche .
Fila da frente, esquerda para direita: Immanuel Kant, Karl Marx, Roland Barthes, Michel Foucault.
Ele sabe o que é bom!
Bob Dylan andou falando maravilhas do Brasil e, principalmente, de Elis Regina. Isso aconteceu no começo dessa semana, no programa de rádio que ele apresenta na estação norte-americana XM, que é retransmitido pela BBC 6 Music de Londres.*
Além de dar uma resumida na história da cantora, Dylan colocou algumas gravações dela para tocar, como "Aquarela do Brasil" e "Nega do Cabelo Duro". Uma fofura! Para ouvir o programa, clique aqui.
Caretice americana não falha nunca!
Quando a revista inglesa "GQ" revelou a capa da edição de junho, com Sacha Baron Cohen completamente nu, muita gente disse que o resultado de tamanha ousadia seria um só: censura.
* Pois dito e feito. Várias bancas dos Estados Unidos estão usando um painel preto sobre a imagem do comediante na capa da publicação, com a desculpa de que "os leitores não precisam ser intimidados". Um representante da "GQ" disse que os painéis são uma medida isolada, mas, mesmo assim, desnecessária.
* E Sacha, o que pensa? Como ele sabe melhor do que ninguém que polêmicas desse tipo costumam aumentar o interesse do público, e consequentemente as bilheterias, nem precisa dizer que o ator está adorando ser "censurado".
Ô raça...
O Michael Jackson morreu, mas com certeza, a causa não foi a gripe suína pq ele andava sempre prevenido .
“comeu uma criancinha estragada” é a piada mais sutil que ouvi até agora sobre a morte de Michael Jackson .
NOTÍCIA URGENTE: Michael Jackson agora faz parte dos figurantes de "Thriller"
Segundo relatos, as ultimas palavras ouvidas da boca de Michael Jackson foram:- deixe-me ir ao encontro do menino Jesus...
quinta-feira, 25 de junho de 2009
O poeta que não gostava de música.
Cabral recebe em Genebra, um dia, a visita de Vinicius de Moraes, que passa uma temporada de trabalho em Paris para escrever o roteiro do filme Arrastão. Vão a um bar e Vinicius, logo, saca seu violão e começa a desfiar suas últimas composições.
Cabral se irrita com o sentimentalismo do amigo. "Me desculpe, Vinicius", interrompe, "mas por que todas as tuas músicas falam de coração. Será que você não tem outra víscera para cantar?" Vinicius de Moraes, como sempre, não perde a pose: "Pois é João, você continua o mesmo nordestino seco. Mas, um dia, ainda hei de colocar música em um desses teus poemas de cabra", ameaça. A praga jamais foi cumprida.
Chico Buarque de Hollanda só consegue musicar Morte e Vida Severina porque o faz sem que Cabral o saiba. Só depois de ter a melodia pronta, o jovem Chico a exibe ao poeta. "Se ele tivesse me pedido autorização antes", Cabral confessa depois, "eu teria respondido: 'Nem tente'."
In José Castello. João Cabral de Melo Neto: O homem sem Alma & Diário de Tudo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
