“Eu o tive, minha Senhora, o privilégio de nascer baiano e de viver na cidade do Salvador, na intimidade do seu povo. A Senhora me diz, generosa e gentil, numa carta de boas palavras, que eu fiz isso e aquilo pela Bahia, que sou credor de gratidão, merecedor de homenagens, etc. e tal. Nada disso, Senhora minha, leitora amável. Deixai que vos diga que nessas relações de mais de meio século entre o escriba autor dessas pálidas linhas e a Bahia, e o povo da Bahia, o devedor sou eu, quem tem gratidão a declarar, homenagem a render sou eu e somente eu, que, na vida desse povo, em seu saber, em sua dura luta, em sua obstinada decisão de viver apesar de todos os pesares e dos inumeráveis, invencíveis obstáculos, em sua grandeza, aprendi quanto sei. Se algo fiz e realizei , eu devo ao povo da Bahia, à Bahia.”