sexta-feira, 27 de maio de 2011

Agora a onda é ser BEEEEM reaça: Foi uma semana marcada pelo protesto da gente diferenciada e gafes nas redes sociais, que têm 600 milhões de vigilantes no Facebook e 120 milhões no Twitter. Por Marcelo Rubens Paiva.

Rafinha Bastos, no dia das mães: “Ae órfãos! Dia triste hoje, hein?”


Danilo Gentili, sobre os “velhos” de Higienópolis que temem uma estação de metrô: “A última vez que eles chegaram perto de um vagão foram parar em Auschwitz.”

Amanda Régis, torcedora do Flamengo, time eliminado da Copa do Brasil pelo Ceará: “Esses nordestinos pardos, bugres, índios acham que têm moral, cambada de feios. Não é à toa que não gosto desse tipo de raça.”

Ed Motta, ao chegar em Curitiba: “O Sul do Brasil como é bom, tem dignidade isso aqui. Sim porque ooo povo feio o brasileiro rs. Em avião dá vontade chorar rs. Mas chega no Sul ou SP gente bonita compondo o ambiance rs.”

Quando um leitor replicou que Motta não era “um arquétipo de beleza”, ele respondeu que estava “num plano superior”. “Eu tenho pena de ignorantes como vc… Brasileiros…”, escreveu. “A cultura que eu vivo é a CULTURA superior. Melhor que a maioria ya know?”

E na MTV, a Casa dos Autistas, quadro humorístico, chocou pelo mau gosto.

Todos pediram desculpas depois. Danilo, um dos maiores humoristas de stand-up que já vi, recebeu telefonema do departamento comercial da Band, pedindo para tirar o comentário. Ed Motta se revoltou contra a imprensa. Pergunta se temos o direito de reproduzir seus escritos particulares.

A internet trouxe a incrível rapidez na troca de informações e espaço para exposição de ideias. Alguns se lambuzam. Dizem que são contra as patrulhas do politicamente correto.

Mas como ficam as domésticas ofendidas popr Delfim Netto, os órfãos recentes, aqueles que perderam parentes em Auschwitz, os nordestinos e os pais de autistas?

Tomara que, depois do pensamento grego, democracia, Renascença, a revolução industrial e tecnológica nos iluminem.

O preconceito não é apenas sintoma de ignorância, mas lapsos de um narcisista.


Ele nunca vai acabar?

Enquanto no Itaú Cultural, um símbolo de excelência em apoio às artes e alta tecnologia, em plena Avenida Paulista, uma mãe foi expulsa por amamentar o filho em público na exposição do Leonilson, artista que sofreu inúmeros preconceitos, morto vítima da Aids.


Ou melhor, viadão que morreu da peste gay, porque era promíscuo, diriam os reaças.

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