sábado, 4 de junho de 2011

Minha nova aquisição é estranha e deliciosa! Adorei!


Divisor de opiniões, Womanity de Thierry Mugler tem personalidade forte e estranheza absoluta!
Duas realmente ótimas fragrâncias gourmand foram criadas no século 20 – cada uma delas, a seu modo, mudaram o paradigma fundamental da perfumaria. Shalimar, de Jacques Guerlain, nascido em 1925, transformou o cheiro de quem o usa em algo de certo modo comestível: trata-se de uma suculenta baunilha embrulhada por um papel francês feito de uma mistura forte de rosas e incenso oriental.


O outro perfume, Angel, foi lançado em 1992 pelo designer de moda Thierry Mugler. Ele já havia conquistado a fama de iconoclasta – cuja origem, em grego, literalmente quer dizer “destruidor de imagens”. Destruir crenças estabelecidas sempre foi o modus operandi de Mugler.
O mais recente lançamento de Mugler, Womanity, redobra esse sentido de ousadia. Pode-se sentir o cheiro de sua determinação explícita de fugir das normas estabelecidas e destruir qualquer imagem do perfume clássico, tradicional e “feminino”.

Borrife o perfume em um papel, e ali está o efeito bomba. Borrife na pele e o efeito – não menos explosivo – é mais completo, como se cores e um sistema de som surround tivessem sido acrescentados à fragrância.
Womanity faz sua cabeça ir para trás em alerta, ou prazer intenso, ou fascinação. Ele é denso como a umidade alteradora de consciência e o odor fibroso e orgânico da maconha. O cheiro forte e doce está perfeitamente representado aqui. O açúcar sozinho não produz este tipo de doçura, embora Womanity represente a próxima geração da poderosa metáfora gourmand estabelecida por Angel. Se houvesse algo como uma torta de maconha - envolta por uma casca amanteigada e levemente rançosa, e polvilhada com açúcar, benjoim tailandês e mirra etíope -, ela teria esse cheiro.

A estratégia de vendas por trás de Angel foi simples e genial: afastar 97% da população, mas cativar os 3% restantes tão completamente que eles não poderiam viver sem o perfume. Esses 3% do mercado vêm mantendo Angel entre as 10 fragrâncias mais vendidas há quase duas décadas. Esta também é, obviamente, a estratégia de Womanity: dividir e conquistar.


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