A Bergdorf Goodman, em Nova York, abre as portas para uma estilista brasileira: a alagoana Martha Medeiros. Um dos paraísos do consumo encomendou 40 vestidos exclusivos da marca. Os pontos em alto-relevo e os rococós, que não existiam mais e foram resgatados por Martha, complementam seu trabalho. No dia 29, os modelos serão desfilados nas passarelas do salão Evening Wear da Bergdorf.
A paixão pela arte e pelo artesanal, Martha herdou da avó, professora de arte e seu trabalho se diferencia por resgatar o luxo das tramas feitas à mão. Para cada peça são horas de trabalho manual, fio a fio, unidos a técnica de modelagem e estilos adquiridos com sua formação em moda. Aproximadamente 250 mulheres organizadas em cooperativas de rendeiras, em pequenas cidades, às margens do Rio são Francisco, em Alagoas, estão envolvidas no processo de confecção de rendas como a Renascença, a mais tradicional de todas, além de outras técnicas como: filé, richilieu, bilro e a delicadíssima renda Boa Noite, hoje confeccionada apenas na Ilha do Ferro, no meio do São Francisco, a 320 km de Maceió.
Martha se inspira na delicadeza da renda, criando peças que são verdadeiras obras de arte. Ela utiliza as técnicas de costura mais sofisticadas, completando com horas de trabalho manual, a fim de assegurar a cada peça um acabamento perfeito. Juntamente com a renda renascença brasileira, apenas os mais nobres materiais são usados em peças de vestuário, tais como musseline de seda, tule e renda francesa, barbatana de silicone alemã e crinol suíço.
As rendas de Martha Medeiros, conquistaram o mundo e hoje são exportadas para a Líbia, Itália, Inglaterra, França, Oriente Médio e Estados Unidos, onde Martha vende para a mais tradicional e luxuosa loja de departamentos, a Bergdorf Goodman, na quinta avenida.
Espécie de embaixadora das rendas nordestinas, Martha foi convidada a expor uma de suas peças em um museu dedicado à renda e à moda em Calais, na França. A diretora do museu planeja uma exposição solo da estilista em 2013.
"I want the windows!", "I want the windows!", repetia Martha Medeiros, 49, em reunião com Diane Behkor, a compradora de alta-costura de uma das lojas de departamentos mais tradicionais de Nova York, a Bergdorf Goodman.
Aquelas eram as únicas palavras que a estilista alagoana sabia pronunciar em inglês. Mas eram suficientes. Se vendesse uma coleção para a loja americana, queria ter certeza de que ganharia o espaço nobre das vitrines (as tais "windows").
Saiu de lá com uma encomenda de 40 vestidos exclusivos, um desfile agendado para fevereiro de 2012 e boas chances de expor na vitrine da Quinta Avenida.
Das vitrines da Quinta Avenida ao museu na França, Martha espera que suas rendeiras conquistem o mundo, um vestido de cada vez.
"Meu sonho é que as prefeituras incluam aulas de renda no currículo escolar. Se depender de mim, essa tradição nordestina não vai acabar", arremata a estilista.
Lu, a Marta e o marido trabalharam comigo no BB. Ela realmente tem tino pra coisa. A qualidade do trabalho das rendeiras realmente é bom, o que falta é uma cabeça pensante com idéias para elas produzirem, além do marketing, é claro.
ResponderExcluirNando.
Oi Lu
ResponderExcluirAff, eu babo numa renda! Viva às rendeiras!
lindo de viver.
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