sábado, 12 de maio de 2012

Saúde não se vende, loucura não se prende! Recolher não é acolher!!




O Sistema Único de Saúde (SUS) e as conquistas da Reforma Sanitária e da Reforma
Psiquiátrica Antimanicomial estão ameaçadas!

A política pública de saúde mental, construída pelos esforços dos movimentos de usuários,
familiares, trabalhadores e outros militantes, está sendo atacada por setores que lucram com o
direito à saúde da população.

O SUS não pode funcionar sem dinheiro e por isso, desde sua criação, a garantia de
financiamento adequado é uma reivindicação da sociedade brasileira. Não podemos aceitar que
as diversas esferas de governo (federal, estadual e municipal) destinem tão poucos recursos à
saúde. O governo federal cortou 5,4 bilhões do orçamento da saúde em 2012.

Não podemos permitir que o governo do Estado do Rio de Janeiro continue investindo e
financiando sistematicamente em serviços e políticas públicas de saúde mental que geram
exclusão, segregação, dor e sofrimento à população que deles necessitam. E entrega a gestão
e a oferta de cuidados em saúde para entidades privadas que estão preocupadas somente com
seu lucro e não com a saúde integral da população.



O mesmo governo que entrega a rede de atenção psicossocial a essas empresas de saúde se
reveste de atitudes autoritárias, repressoras e violentas contra a população, promovendo
a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais através de um grande projeto de
higienização social e encarceramento em massa do povo, tudo isso em nome dos interesses
como os da especulação imobiliária e dos grandes eventos como a Copa do Mundo.

Compactuando da logica excludente, o governo Federal aprovou o financiamento das
comunidades terapêuticas que lucram com a internação –sem preocuparem-se de fato com o
usuário em que muitas vezes são forçados e levados para internação, não revendo as relações
sociais e a omissão do Estado nas politicas sociais que provocam na população dor e sofrimento
e abandona a muitos em condições de alta vulnerabilidade.

Nós, loucos usuários, loucos trabalhadores, loucos estudantes, loucos familiares e loucos
movimentos sociais lutamos e reivindicamos o fim da exclusão social, segregação e preconceito!

Defendemos uma sociedade que tenha como valor a liberdade, a igualdade e a justiça social
e promova o cuidado das pessoas em sofrimento psíquico em meio aberto - no seu território,
na sua comunidade. Isso só se constrói investindo em serviços e políticas públicas inclusivas
e comunitárias e que respeitem a autonomia do sujeito, o direito a liberdade e as diferenças
regionais e individuais.
Recolher não é acolher!



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