Aos vinte e nove dias do mês de novembro de 1952, numa das cerimônias mais concorrida do Rio de Janeiro, celebrou-se o casamento da índia Diacuí, com o Sr. Ayres da Cunha, funcionário da Fundação Brasil Central, lotado na Base de Aragarças. Marcada para as 15,00 horas, só as 16h20 teve início a cerimônia religiosa, com a chegada da noiva – Diacuí – que penetrou no templo da Candelária apoiada ao braço do seu padrinho o Jornalista Assis Chateaubriand. O noivo Ayres da Cunha, já ali se encontrava desde uma hora antes, bem como vários caciques da tribo Kalapalos, do Alto Xingu, e milhares de convidados e curiosos.
O primeiro casamento de um branco com uma índia ocorrido no Brasil, foi na época bastante questionado. Havia realmente um forte sentimento de amor do Sertanista pela índia Diacuí ou a pretensão de se tornar um dos herdeiros dos Kalapalos, proprietários de centenas de alqueires de terra no Alto Xingu? Era o que especulava a imprensa.
ABANDONADA PELO BRANCO MORREU DIACUI!
O sertanista Ayres da Cunha abandona a esposa índia, voando para Aragarças, às vésperas do nascimento da sua filhinha.
A MORTE da cidadã Diacuí Câmara Cunha, a índia cujo casamento na Candelária, Rio de Janeiro, foi mais ruidoso que as bodas de D. Pedro II, apresenta uma série de acontecimentos lamentáveis, que os repórteres colheram, e que constituem um mistério indevassável para o pessoal graúdo da Fundação Brasil Central.
A soma desses fatos que surgem do sentimento velado do casamento de Diacuí, com o sertanista branco, dá-nos a seguinte conclusão: Diacuí, cujo nome quer dizer “Flor do Campo”, morreu em conseqüência da disciplina da Fundação – e o que é mais estranho – do próprio Ayres da Cunha, o marido branco. O sertanista sabia que a esposa estava para dar a luz a qualquer momento. Entretanto, não obstante esta certeza, deixou a índia entregue a sua própria sorte, voando para Aragarças, que fica a 600 quilômetros, mais ou menos do Posto do Kuluene. Por isso Ayres não assistiu a morte da esposa índia, vítima de hemorragia pós-parto, e quando voltou de Aragarças, já a encontrou sepultada há dois dias.
2 comentários:
É irmão,
Que comentário hem. Como acontece em todo o brasil coisas absurdas e ninguem sabe. Se este cara morreu, que queime no iferno pra pagar tudo que fez. Chama-se, lei do retorno
Rivaldo
Na minha opinião deveria ter deixado a pobre índia Diacui quieta na sua aldeia. Eu que sou apaixonado por índia nunca tive essa sorte, a beleza a meiguice e a simplicidade me atrai muito, se essa união tivesse sido comigo teria dado um imenso valor nessa Linda índia Diacui flor dos campo.Aos 42 anos de idade não conhecia essa história, mas após ter ouvido a musica índia Diacui com zé fortuna e pitangueira resolvi aprofundar um pouco na história e entendi que a unica coisa que esse sertanegista não tinha era amor por esta pobre índia que confiou tanto nele.Ass: Arnaldo Pereira.
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