"O preço tá ótimo!" Com a abertura da temporada de liquidações, clientes compram casacos de R$ 28 mil, vestidos de R$ 16 mil e botas de R$ 3.000 e ainda acham barato .

Um vestido Marc Jacobs de lã e metais por R$ 17,5 mil. No mesmo quarteirão, na Haddock Lobo, nos Jardins, um casaco Versace de couro e de pele de coelho está à venda por R$ 28 mil. Do outro lado da rua, um vestido Roberto Cavalli de seda sai por R$ 22,7 mil. Caro? Que nada, pechincha para a clientela do lugar. É época de liquidação nas grifes internacionais.

A baixa de preços começou há poucos dias. O Marc Jacobs, por exemplo, custava o dobro antes do início da temporada de queima de estoques: R$ 35 mil. O Versace saía por R$ 46,7 mil. A peça Cavalli é a última das quatro que vieram da Itália para o Brasil (no Réveillon, uma cliente comprou um pelo preço cheio, R$ 37,9 mil. Se jogou na piscina com ele e logo ligou pedindo outro).

Cliente VIP tem direito de ver as peças antes das compradoras eventuais, que só aparecem para aproveitar os preços baixos. Na Gucci do shopping Iguatemi, há algumas semanas, uma dessas afortunadas torrou R$ 200 mil em casacos de pele, de couro e outras peças na pré-venda. A Dior já vendeu sua peça mais cara, um sobretudo de couro com pele de raposa, que custava R$ 28 mil e saiu por R$ 14 mil.

"O preço tá ótimo!" diz ela quando a vendedora da loja Gloria Coelho mostra uma peça de tafetá azul [ver liquidações de grifes nacionais no quadro ao lado]. "Não quer aproveitar e levar as outras duas [peças]? A gente divide." Flavia pensa alguns segundos e saca o cartão de crédito. Por R$ 1.849, compra também uma camisa de organza e uma blusa, tudo dividido em três vezes. "Podem achar que fiz loucura, mas é consciente. Vou usar um tempão o casaco e as camisas. Não saem de moda."

Na Christian Louboutin, os sapatos em promoção ficam numa salinha separada. Há pares de R$ 5.800 que saem por R$ 3.500. Clássicos como os escarpins pretos não entram na queima.