sábado, 23 de outubro de 2010

Para a Saude Mental, Dilma é a melhor opção. Saiba por que:

Vocês devem ter notado que nos debates tanto do 1o quanto do 2o turno, Serra tem se manifestado sobre temas que concernem à saúde e à saúde mental em uma perspectiva conservadora. Só fala da implantação de leitos de internação para usuários de crack e fortalecimento das comunidades terapêuticas. Defende o aumento do repasse de recursos públicos para as Santas Casas e Hospitais Filantrópicos e sua principal proposta para a saúde é a criação de 150 Ambulatórios Médicos de Especialidades. Algumas dessas propostas não seriam ruins em si, mas elas constituem o centro de sua política, e não são acompanhadas de nenhuma manifestação a favor da Lei 10.216 e dos Caps. A posição manifestada pelos atos e palavras de Serra é, em resumo, de revisão da atual política de saúde mental, em um sentido de retrocesso em relação à reforma psiquiátrica.



Com Serra governador, São Paulo foi o único estado do Brasil que não realizou a etapa estadual da Conferência Nacional de Saúde Mental, este ano. Depois (já após a saída dele para se candidatar, mas como implementação da sua política), recebemos neste grupo um release da Assessoria de Imprensa do Governo de São Paulo anunciando a criação de um "Ambulatório Médico de Especialidades - Psiquiatria", onde ficava claro que se tratava de um modelo para concorrer e desqualificar os Caps. Cito o final daquele texto:

"Com modelo totalmente inovador, o AME-Psiquiatria receberá os pacientes encaminhados de outras unidades de saúde, estaduais ou municipais. Lá, eles passam por uma triagem, onde são avaliados, enquadrados nos grupos pré-definidos de patologias e encaminhados para as alas de tratamento específicas.

Na unidade, todos os detalhes foram pensados especificamente para o tipo de atendimento realizado. Os vidros das janelas e portas são revestidos com uma película que não permite ser estilhaçado, há uma ala para observação de pacientes em surto, área de convívio externa e brinquedoteca para crianças que estiverem aguardando pelo atendimento.

É um modelo terapêutico único e inédito na área da saúde mental, porque não exige internação do paciente, embora dê amparo total para os casos mais complexos. O paciente só é encaminhado novamente para uma unidade que trata problemas psiquiátricos leves, como os Caps (Centros de Atenção Psicossocial) quando seu problema estiver inteiramente controlado." (???????????????????????????)


A atual política de saúde mental foi gestada em sucessivos governos, mas dois dados entre outros mostram o impulso que o atual governo deu à reforma: quadruplicou o número de Caps, e criou o Programa De Volta Para Casa. O Manifesto traz outros dados.
Enfim, num momento em que a reforma já passa por tantas dificuldades, inerentes à complexidade de sua implantação, seria um baque muito grande, um retrocesso, elegermos alguém que não é a favor dela.

Nenhum comentário: