Exatamente como na fábula do rei nu, Laerte anda por aí, todos percebem que há algo estranho (errado? diferente? bizarro?) com sua roupa, mas ninguém se manifesta.
Pela frente, ninguém fala nada. Quando ele(a) vira as costas, porém, os amigos e conhecidos se entreolham estarrecidos. "Será que endoidou?", se perguntam.
Mas, diferentemente do rei, Laerte não está nu. Está vestido de mulher.
Quase sexagenário, o cartunista da Folha Laerte Coutinho decidiu dar vazão à sua feminilidade.
No feriado, um amigo antigo foi à sua casa, no Butantã. "Eu estava de saia. E olha que não era uma saia austera, como uma jeans (risos)."
"Era uma saia indiana, cheia de babadinhos. Eu tinha acabado de fazer a unha. Ficamos conversando. Acho que ele não é uma pessoa que se incomoda com isso, mas talvez tivesse uma pergunta presa na garganta."
E que pergunta era essa, Laerte? "Acho que era: "Será que ele está batendo bem?". Pois estou sim. Estou no completo controle de minhas faculdades mentais."
"Quando me travisto, uso o repertório consagrado às mulheres. Exploro minha feminilidade, mas não quero convencer as pessoas de que sou mulher"
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