"Para uma festa confiada a dois jovens, sendo James Franco um inconformista de carteirinha, e Anne Hathaway uma menina-prodígio, a caretice reinou sobre a entrega do Oscar em 2011. Só o rap com Harry Potter e "Crepúsculo" deu algum gostinho de criatividade ao evento. Era certa a consagração de "O discurso do rei". Mas qual é a razão de dar um prêmio de direção a um projeto já talhado à estatueta de melhor filme uma vez que existem realizadores mais inventivos? David Fincher foi injustamente ignorado. No entanto, "A rede social" tente a perdurar com mais vitalidade nas retinas daqueles que estão in e daqueles que estão out Facebook. A única dica para o futuro bacana dada durante a cerimõnia foi a propaganda de "Arthur", no qual o ótimo Russell Brand vai recriar o ricaço bebum outrora vivido por Dudley Moore."
( Do Blog do Bonequinho)
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE Universidade Federal de Pernambuco (Recife), que venceu um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.
Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.
Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.
Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.
Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.
Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.
Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.
Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.
Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.
Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Tirando um sarro!
Incrível o trabalho do ilustrador belga Achraf Amiri. Com pitadas de humor e sarcasmo ele critica a “fashionland” de forma mórbida, bem ao estilo “Tim Burton”.
Meus Palpites para o Oscar:
Melhor Filme: O Lutador. Errei : ganhou O Discurso do Rei.
Melhor Diretor: David Fincher (Rede Social). Errei: ganhou Tom Hopper ( O Discurso do Rei)
Melhor Ator: Colin Firth ( O Discurso do Rei). Acertei!
Melhor Atriz: Natalie Portman (Cisne Negro). Acertei!
Melhor Ator Coadjuvante: Geoffrey Rush (O Discurso do Rei) Errei: ganhou Christian Bale (O Vencedor)
Melhor Atriz Coadjuvante: Helena Bonham Carter (O Discurso do Rei). Errei: ganhou Melissa Leo (O Vencedor).
Putz! Esse ano errei geral! Mas por outro lado estava torcendo por Christian Bale e Melissa, confesso! E onde achei que o Discurso ganharia ele perdeu e onde achei que perderia ele ganhou, enfim... coisas da Academia. Minhas homenagens para esses dois aqui que realmente arrasaram!!!!
Além de " O Vencedor" e do "Discurso" eu recomendo:
Creme Nívea!
Não vamos entrar no mérito do quê exatamente esta moça andou engolindo. Seja lá o que for, de uma coisa a gente tem certeza.
Não deve fazer muito bem pra pele!!
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Na mesma semana que constato o fim irremediável do velho hospício, brinco com meus pacientes ( que hoje vivem em condições dignas) nos blocos DELES no carnaval do Rio. Viva a Luta Antimanicomial!!!
A famigerada Clínica Dr. Eiras de Paracambi já chegou a abrigar 2000 pacientes em situação desumana de assistência durante décadas, o que gerou um ação do Ministério Publico determinando o seu fechamento. Esse processo de intervenção é longo e muito delicado pois cada paciente precisava ser realocado para a sua cidade de origem (tinha pessoas de vários locais do estado e do país) com a garantia que tivesse condições dignas de vida, incluindo ai assistencia psiquiatrica adequada para o seu quadro psicopatologico e social. Esse é um trabalho quase insano!! Por isso a intervenção está completando quase uma década, mas finalmente, agora só restam menos de 200 pessoas que já estão em trabalho de saída assim como os que as precederam nos anos anteriores. Eu fui na clínica justamente para conhecer alguns pacientes de lá que irão para o Instituto Nise da Silveira, onde eu trabalho. Outros irão morar com suas famílias, mas nem todos podem fazer isso, alguns já perderam todos os laços sociais, ou tem tamanho comprometimento clínico que inviabilizam essa hipótese, mas podem, no entanto morar numa residência terapêtica, e muitos já vivem dessa maneira. A equipe que cuida da intervenção está de parabéns pelo trabalho lindo de se ver! É o resgate da vida dessas pessoas que foram abandonadas e que agora podem voltar a ser cidadãs!
ENQUANTO ISSO NA CIDADE MARAVILHOSA ...
Porco-espinho!
Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.
Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.
Por isso decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados, então precisavam fazer uma escolha:
Ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.
Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram.
Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.
Por isso decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados, então precisavam fazer uma escolha:
Ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.
Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram.
Parece coisa de Sucupira. Apenasmente! Que é engraçado é: Brasil tenta desmoralizar fuso horário Greenwich.
Movidos por lobby, políticos tentam alterar o fuso horário do Acre. Isso mesmo depois de a população se manifestar cotrária à mudança em plebiscito organizago pela Justiça Eleitoral. Acontece que a poderosa Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV) pressiona para que a vontade da população não prevaleça. A encrenca começou porque a pedido da Globo e da Rede Amazônica de Televisão, o governador Tião Viana (PT) acabou com o quarto fuso horário brasileiro. É ou não é um decreto que seria assinado pelo prefeito de Sucupira, o Odorico, com o apoio de Zeca Diabo, Dirceu Borbolata e das Irmãs Cajazeiras? O referendo popular derrubou o ato de Viana que o lobby quer restaurar agora. É feia a briga de bastidores. As emissoras alegam prejuízos já que a hora legal as obriga a alterar a programação. Não demora muito algum político vai querer alterar a rotação da Terra por decreto. Dá-lhe Sucupira!
Fala sério, Kate!
Kate Moss ficou tão apaixonada por Ipanema, que pediu aos amigos que consigam um apartamento para ela comprar à beira-mar, no valor-teto de R$ 1,5 milhão, para vindas futuras ao Rio, inclusive no Carnaval.
Fala sério, Kate! Por esse valor, na Vieira Souto, nem uma cabeça de porco!
Fala sério, Kate! Por esse valor, na Vieira Souto, nem uma cabeça de porco!
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
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