segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Prá essa campanha eu participo com sangue, suor, lágrimas e até com uns caraminguás, viu Caê? Caetano Veloso já soube da campanha para que seu disco de 1972, "Transa", tenha seu repertório interpretado por ele.

O cantor e compositor declarou ao jornal "O Dia" que ouviu uma garota gritar sobre a campanha durante um show de Jorge Mautner no Circo Voador, Rio de Janeiro. Caetano ainda disse que poderia fazer a turnê com os mesmos músicos que participaram do disco, com exceção do baixista Moacyr Alburquerque, morto em 2000, além da banda Cê.
Tina Brown, Rodrigo Faria e Rubens Ca, que iniciaram a campanha, continuam na batalha. Acesse no Facebook o perfil de qualquer um deles ou mesmo a campanha, "Queremos 'Transa' do Caetano Veloso ao vivo.

PS: duvido  muito que Macalé tope participar de uma turnê do disco Transa. Afinal a amizade entre ele e Caetano azedou a partir, ou justo por causa desse disco onde Macalé é responsável pelos magistrais arranjos e acusa Caetano de não ter dado o devido crédito a isso, o que este último, obviamente nega!



Quem não gosta do Transa bom sujeito não é!



Ficha técnica original


Produzido por Ralph Mace
Arranjos: Jards Macalé, Tutti Moreno, Moacyr Albuquerque e Áureo de Sousa
Criação do discobjeto: Álvaro Guimarães (Verbo)
Planejamento gráfico: Aldo Luiz
Fotos: Deca, Ricardo Lisboa e Juca Gonçalves

Caetano Veloso: depoimento

Chamei os amigos para gravar em Londres. Os arranjos são de Jards Macalé, Tutti Moreno, Moacyr Albuquerque e Áureo de Sousa. Não saíram na ficha técnica e eu tive a maior briga com meu amigo que fez a capa. Como é que bota essa bobagem de dobra e desdobra, parece que vai fazer um abajur com a capa, e não bota a ficha técnica? Era importantíssimo. Era um trabalho orgânico, espontâneo, e meu primeiro disco de grupo, gravado quase como um show ao vivo. Foi Transa que me deu coragem de fazer os trabalhos com A Outra Banda da Terra. Tem a Nine out of Ten, a minha melhor música em inglês. É histórica. É a primeira vez que uma música brasileira toca alguns compassos de reggae, uma vinheta no começo e no fim. Muito antes de John Lennon, de Mick Jagger e até de Paul McCartner. Eu e o Péricles Cavalcanti descobrimos o reggae em Portobelo Road e me encantou logo. Bob Marley e The Wailers foram a melhor coisa dos anos 70. Gosto do disco todo. Como gravação, a melhor é Triste Bahia. Tem o Mora na Filosofia, que é um grande samba, uma grande letra e o Monsueto é um gênio. Me orgulho imensamente deste som que a gente tirou em grupo.

Jornal do Brasil – 16/05/91

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