sábado, 10 de julho de 2010

Como chama o nome disso? Declínio da função paterna! Não há lei, não há marcas simbólicas, só reais, na carne.


O jornal O Dia publicou uma foto na página na internet. Ela mostra uma tatuagem que Macarrão, amigo de Bruno, tem nas costas. É uma demonstração da forte amizade entre os dois.
A frase é a seguinte: “Bruno e Maka. A amizade, nem mesmo a força do tempo irá destruir, amor verdadeiro”. Esse é o texto da tatuagem feitas nas costas do amigo de Bruno.

Alguns psicanalistas atribuem o atual estado de perversão do mundo contemporaneo a ausência ou o declínio da função paterna (cabe ao pai instituir as leis para seu filho, até então fusionado com a mãe). Quando ninguem exerce a função paterna (nem pai, nem avô, nem irmão), a criança cresce fazendo suas próprias leis e com uma incapacidade para abstrações, para o simbólico. Por isso hoje em dia as tatuagens são tão comuns: é preciso uma marca real, já que a simbólica não existiu.
Justamente quando falha a função paterna, os homens tendem a juntar-se aos iguais, aos amigos, sem lei ou com leis próprias. Daí surgem as gangs, os hooligans, as facções criminosas, em geral fratricidas, onde se mata diante dos amigos, dos manos pois que não há pai!
Nesse escabroso caso vemos um pai que esquarteja e desossa a mãe do seu filho, que ele (pai) não reconhece como sendo SEU FILHO. Esse pai por sua vez também não teve pai que o assumisse, e por outro lado a mãe assassinada do seu filho, também foi abandonada por sua própria mãe e criada por um pai suposto estuprador de crianças. Macarrão é apenas mais um elo nessa estória macabra dos desvalidos da função paterna, nunca teve um pai de verdade também, mas está na sua carne o que significa amizade, já que ele não consegue simboliza-la, interpretá-la, mas apenas ser o serviçal do inferno no sacrificio de Elisa, que só queria um pai para o $eu filho.


Letra da musica Pai e Mãe:


Eu passei muito tempo aprendendo a beijar
Outros homens como beijo o meu pai
Eu passei muito tempo pra saber que a mulher
Que eu amei, que amo, que amarei
Será sempre a mulher como é minha mãe
Como é, minha mãe? Como vão seus temores?
Meu pai, como vai?
Diga a ele que não se aborreça comigo
Quando me vir beijar outro homem qualquer
Diga a ele que eu quando beijo um amigo
Estou certo de ser alguém como ele é
Alguém com sua força pra me proteger
Alguém com seu carinho pra me confortar
Alguém com olhos e coração bem abertos
Pra me compreender.


Um comentário:

J. disse...

adoro quando inclui posts com abordagens e explicações sobre psicologia.
realmente a função paterna é essencial. Diante do reconhecimento da distância de meu pai e da minha necessidade interior de sua presença, apesar de tudo, fui em busca de sua aproximação e tem sido a fonte de alguns dos maiores sentimentos de paz, pertencimento, cuidado e força, atualmente. Ainda que não consiga explicar bem, sei que sua influência tem sido essencial no teatro de minha vida.