"O Facebook é movido a alta tecnologia. Não sei quantos servidores e cabos e engenheiros são necessários para garantir o acesso a 430 milhões de usuários 24 horas por dia no mundo todo, inclusive por celulares inteligentes. Mas garanto que é muita coisa. E, no entanto, como diz o meu irmão Phil, o resultado acaba parecendo um jornal de bairro. Esse é o ponto. É isso que é curioso. Não interajo com 430 milhões de pessoas. Apenas com algumas centenas de amigos. Dessas, talvez 100 participem de forma ativa da conversa comigo. Fico sabendo que a Vanessa se casou. Da frase esperta que Félix, filho da Bia, disse no café da manhã. Que meu irmão não consegue sair de Washington D.C. porque neva demais. Maurício vai descobrindo pérolas da música popular que posta para nós. Meu amigo Claudio Edinger, um militante do Facebook, nos dá aulas da história de filosofia e de arte com aforismos diários extraídos de grandes pensadores. Minha mulher Luli coloca um desenho de vez em quando. Meu pai reproduz um artigo sobre como uma nova invenção vai mudar o futuro da humanidade. E por aí vai. Também acompanho o progresso das fazendas daqueles que participam do jogo de Farmville no Facebook. Quem ganhou uma vaca nova. Quem precisa de ajuda para adubar suas melancias. Às vezes, sinto que moramos todos em uma pequena cidade rural e o Facebook é o nosso jornalzinho. É esse o seu segredo. Quanto mais as pessoas se globalizam, espalhando-se pelo mundo, mais elas anseiam pelos velhos e bons laços de comunidade."
Trecho de A Volta do Jornal de Bairro, crônica de Mattew Shirts
Um comentário:
Verdade, verdade!
Gostei do texto.
Mas agora a diferença é que o jornalzinho da comunidade é global, pois a comunidade agora é global....eu fico sabendo de coisas de amigos que moram em outro país, mas que eu amo e fazem parte da minha vida !!!!
bj bj
Postar um comentário